Células mononucleares do sangue periférico irradiadas para avaliação da radiossensibilidade individual em radioterapia do câncer de laringe

Resumo

Na radioterapia do câncer de laringe (LCRT), dermatite, disfagia e odinofagia são efeitos colaterais agudos comuns, cuja intensidade varia dependendo principalmente da radiossensibilidade do paciente. Este estudo investigou a taxa de sobrevivência de células mononucleares de sangue periférico irradiadas in vitro (PBMC) como um teste pré-terapêutico para avaliar a radiossensibilidade individual e prever os efeitos colaterais agudos em LCRT. 16 pacientes diagnosticados com câncer de laringe em estágio inicial submetidos à radioterapia, sem quimioterapia adjuvante, participaram como voluntários neste estudo. Antes do início do tratamento, uma amostra de PBMC foi coletada e irradiada com 2,5 Gy usando um acelerador linear de 6 MV. Após 72 h de incubação das células, o teste de exclusão com azul de tripan foi realizado para quantificar as células viáveis por meio de microscopia óptica. As porcentagens de viabilidade celular foram comparadas com a intensidade dos efeitos colaterais agudos experimentados pelos pacientes submetidos a LCRT. Embora nenhuma correlação tenha sido encontrada em relação aos graus observados de dermatite por radiação, nossos resultados indicam que pacientes com taxas de sobrevivência de PBMC irradiadas in vitro, superiores a 70%, têm maior probabilidade de apresentar odinofagia/disfagia de moderada a grave após LCRT. A metodologia proposta e discutida neste trabalho aponta para um teste pré-terapêutico prático e acessível para avaliar a radiossensibilidade individual a fim de prevenir ou reduzir os efeitos colaterais agudos na radioterapia do câncer de laringe.